Comissão de Trabalhadores da MEO

Comunicado aos trabalhadores

comunicado
Operação Picoas (atualização)

Na sequência da Apresentação de Resultados do 2º trimestre de 2023, a Comissão de Trabalhadores da MEO, através do seu Secretariado, fez questão de relembrar a Presidente Executiva que logo que se teve conhecimento da “Operação Picoas” e da subsequente suspensão de trabalhadores, invocou o direito inequívoco à informação e ao controlo de gestão, previstos no Código do Trabalho. Mais ainda, em pleno exercício deste direito legal, procurou conhecer de forma clara e imediata quais as empresas de auditoria externa que seriam responsáveis por conduzir a investigação interna.

Lamentavelmente, constata-se que a nenhuma destas questões foi dada resposta à CT. Esta omissão é particularmente notória, tendo em conta que a informação em causa é agora de domínio público. Não poderíamos deixar de informar a Presidente Executiva que estamos empenhados em formalizar uma exposição junto da DGERT e apresentar uma queixa à ACT, visto que continuam a negar informações à Comissão, entidade que representa os direitos e interesses de todos os trabalhadores.

Insistimos firmemente na necessidade premente da Comissão de Trabalhadores avaliar de forma precisa o impacto financeiro real que se abate sobre a empresa. É imperativo garantir que os postos de trabalho não estejam em risco, independentemente de eventuais erros de gestão.

O Secretariado da CT informou ainda que, tendo em conta a comunicação dirigida aos investidores por Patrick Drahi, na segunda-feira passada, onde manifestou “choque” e “desilusão” face à investigação de corrupção em Portugal e mostrou-se disponível para reunir com os trabalhadores e os seus representantes; Em resposta, a Comissão de Trabalhadores da MEO enviou um email a Patrick Drahi a solicitar o agendamento de uma reunião.

De igual modo, importa salientar que, na mesma ocasião, durante a apresentação dos resultados, foram celebrados números extraordinariamente positivos e aplaudíveis para a performance da Altice Portugal. No entanto, não podemos ignorar o facto de que os trabalhadores não foram beneficiados de acordo com o mérito destes resultados. Em 2023, para a maioria dos trabalhadores, os aumentos salariais situaram-se entre um modesto intervalo de 2% a 3,5%, um cenário manifestamente distante do que é justo e necessário.

Adicionalmente, tal como informámos todos os trabalhadores no comunicado anterior, agendámos uma Mesa Redonda com todos os Sindicatos para dia 9 de agosto. De notar que o único sindicato a demonstrar disponibilidade para uma colaboração efetiva com a Comissão de Trabalhadores foi o STPT, sendo que acabámos por cancelar a reunião, ficando prometida uma reunião bilateral para breve.

A Frente Sindical (SINTTAV, SNTCT, STT, FE e SINQUADROS), que surpreendentemente não adotou uma postura de silêncio desta vez, solicitou o adiamento desta reunião, baseando-se num pedido de reunião com Patrick Drahi e numa reunião já agendada no Ministério das Infraestruturas para o dia 16 de agosto, remetendo a Mesa Redonda para uma outra data, sem sequer indicar qual ou responder à sugestão dada pela CT.

No dia de ontem, os elementos da Frente Sindical, que atualmente se encontram em minoria na Comissão de Trabalhadores (e que em tempos a dominaram), decidiram não participar na reunião mensal ordinária do coletivo, sob forma de protesto, sabendo que na Ordem de Trabalhos estavam temas tão importantes como a análise da “Operação Picoas” e outras medidas extremamente importantes para o futuro. Esta ausência durante um momento tão crítico demonstra inequivocamente as suas prioridades e a sua verdadeira motivação.

Reafirmamos categoricamente o nosso compromisso incansável na defesa dos nossos direitos, na reposição do que nos foi indevidamente retirado e, se necessário, iremos até às últimas consequências para apurar responsabilidades. Enquanto quinze trabalhadores permanecem suspensos na Altice, não passa despercebido que outros indivíduos diretamente relacionados com os “esquemas” tornados públicos na comunicação social, continuam a atuar numa aparente impunidade.

Jornal Económico